quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

DEPOIS DA PONTE

Nada além depois da ponte existe
Apenas a solidão infinda...
Meu caminhar é trôpego e triste;
Teu beijo me queima a boca ainda...

O vento açoita meu rosto e implora:
-“Volte prá ela, volte!”... e assim...
Me lembro, como se fosse ontem
Quando nua entre meus braços estavas

Pedi: - “Não deixe que eu vá embora!”...
Te implorei, entre mil beijos sem fim:
-“Me chame antes de eu chegar à ponte!”...

Vejo além da ponte a escuridão...
Caminho... mas... se ouvir: - “volte amor!”!!!
Feito louco voltarei então.

por: Mario dos Santos Lima

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

UM CORPO

Um corpo
Exposto
Decomposto
No chão...
Talvez de alguém
Que no vai e vem
Pensando além
Cruzou a estrada...

Um corpo
Exposto
Decomposto
Causa espanto
De tantos
Que vieram de todos os cantos...

Um corpo
Exposto
Decomposto
Causa horror,
Pavor,
Muita dor
De quem está olhando...

Um corpo
Exposto
Decomposto
De quem será?...
Todos falando,
Perguntado
Mas ninguém ajudando...

Um corpo
Exposto
Decomposto
Permanece no chão...
A ambulância vem vindo,
A polícia medindo,
Conferindo
E as pessoas indo e vindo...

Um corpo
Exposto
Decomposto
De joão ou josé
Já não permanece mais no chão...

Um corpo
Exposto
Decomposto
Que um dia foi alguém...


Para alguém desconhecido que no dia 12/06/01 as 22 horas perto da PUC S. José foi atropelado e morto na rodovia

por: Mario dos Santos Lima

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

UM MUNDO MELHOR

Da vergonha de ser honesto um dia Rui falou...
Que saudade dos tempos que os mais velhos, os tios,
Professores, policiais eram ouvidos; nos rios,
Córregos se nadava... mas tudo isto já passou.

Meu grupo escolar sem cerca hoje se cerca de muro.
O banco em frente de casa onde meus pais conversavam
Não existe mais... o nosso medo era apenas do escuro,
De fantasmas, de duendes que nos ameaçavam...

Uma tristeza infinita me deu pelo que perdemos...
Matar, violentar crianças, enganar, passar a perna
Virou banalidade. Regalias que não temos
V irou moda nos presídios. É ser otário, palerma

Se não levarmos vantagem. Ninguém respeita ninguém;
Traficantes comandando; Grades nas nossas janelas;
Crianças morrendo de fome; Valores que não se tem.
Ter é maior do que ser; Drogas, como sair delas?...

Quero de volta a vergonha, quero a solidariedade
Entre os povos, entre irmãos. Quero a alegria a esperança,
Teto decente pra todos. Trabalho, honestidade.
Minha paz quero de volta e também a segurança.

Quero sentar na calçada sem Ter medo de ladrão,
Conhecer os meus vizinhos e abraçar os meus irmãos.
Não quero clone de gente, lista de animais em extinção;
eu quero é cópias de músicas, poesias e orações.

Vamos voltar a ser gente? Ter o amor, fraternidade.
Ajudando uns aos outros? Lutar pelos ideais,
Pela ética e respeito? Não quero mais Ter saudade
Daqueles tempos antigos que não podem voltar mais.

Quero um mundo melhor hoje, vou construir minha parte.
Quero contrariar o Rui pois a honra e a moral
Será a bandeira de todos. Faça então sua parte à parte
E seremos uma força para um mundo mais legal...


por: Mario dos Santos Lima