domingo, 22 de setembro de 2013

MIJANDO NA BUNDA DA NOIVA

E ela pensou que aquilo fosse normal. O casamento antigamente era, como regra geral, um compromisso, sério, inviolável e obedecia, até chegar ao pé do altar, procedimentos rigorosos. A noiva casava virgem e só ia ter contato com a coisa dura na lua de mel. Deus quando criou o mundo fez com que houvesse exceção em tudo, por esta razão, mesmo na antiguidade, quando o namoro era debaixo de mil olhares, a cobra sorrateira dava um jeito e se escondia na toca, e assim muitas noivas acabavam casando grávidas. Aos homens era dado o direito de freqüentar as escolas de sacanagem desde o primário até se doutorar nos prostíbulos. Tinha ótimas professoras lá. Os próprios pais levavam seus filhos e os entregavam as putas dizendo: - Ele é donzelo ainda! pode tirar a virgindade dele! No casamento que vou descrever aqui eu não estava não, mas escutei, um dia, a fulana contando em detalhes sua noite de núpcias para minha mãe. Vamos aos fatos então. Ela, meninota virgem de dezessete anos, provavelmente acreditando ainda na cegonha, e ele moço experiente de 25 anos, pós doutorado em putaria, e com passagem por diversos puteiros, estavam celebrando o casamento que acabava de acontecer. O dia morria feliz abençoando o casal, e a noite os abraçava ansiosa esperando pelos primeiros afetos dos dois na cama. Tudo era muito simples. O quarto dos dois estava preparado. O colchão de casal na cama patente, preparado com palhas de milho bem escolhidas, foi um presente de uma amiga dela. Tudo estava impecável, e até o urinol novinho brilhava debaixo da cama. Como em toda festa de casamento a cerveja não pode faltar, neste casamento a Brahma Chopp correu solta de boca em boca. Gritos bêbados de viva os noivos se ouvia aqui e acolá. Entre uma dança e outra a noivo entornava um caneco de cerveja. Já quase chamando Jesus de Genésio se despediu dos convivas, e arrastou a noiva para os aposentos do sangramento. Logo após o ato ele tinha que pendurar o lençol manchado de sangue na janela. Bêbados e não bêbados, os convivas se assentaram aguardando impacientes a janela se abrir. E o tempo passou. E a janela naquela noite não se abriu, e os convivas, nos diz que diz, envenenavam a situação colocando dúvida na virgindade da noiva. Um a um foram de arrasto, cambaleando ou carregados para casa. Na realidade o que aconteceu foi o seguinte. A noiva virgem se apresentou nua e despida, e continuou virgem nesta noite por incompetência do noivo. O noivo em alta dosagem viu embaçado duas lindas noivas peladas, e se pinchou no meia das duas caindo fora da cama. A noiva com muito custo colocou o brutamonte em cima da cama retirando seus sapatos, calça e camisa. Não quis retirar a cueca porque esta cena seria dantesca demais para ela. O noivo roncava feito um doido, e ela timidamente se aconchegou junto a ele. Lá pelas tantas ela sentiu a coisa um pouco mais volumosa pressionando sua bunda e pensou: - Ai Jesus, me proteja, talvez seja agora! Um pouco de esfregação, e alguns resmungos dele. Não levou muito tempo e ela sentiu sua bunda aquecida. Aquecida e molhada. Como ela nunca tinha tido relação sexual ou que alguém orientasse ou dissesse alguma coisa a respeito disso, imaginou que aquilo era normal. O processo levou mais de um minuto até que ela percebesse realmente o que estava acontecendo, e assim puteada, vendo que ele ainda dormia, gritou chorando. - Seu safado, sem vergonha, você me urinou toda! A situação era calamitosa para o noivo bêbado. Além de ter urinado na bunda da noiva, encharcou todo o colchão, alagando completamente o quarto. O povo de manhã, não entendendo bem o que tinha acontecido, ao invés do lençol tingido de sangue, depararam com um colchão pendurado na cerca. POR: MARIO DOS SANTOS LIMA

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

CORRENDO ATRÁS DO VENTO: O DESASTRE DA PRIMEIRA VEZ

CORRENDO ATRÁS DO VENTO: O DESASTRE DA PRIMEIRA VEZ: Fiquei confuso e não sabia o que fazer. Fiz do jeito que entendi, e acabou dando em merda. Em meados dos anos cinqüenta, as emissoras...

Mario dos Santos Lima

terça-feira, 17 de setembro de 2013

O DESASTRE DA PRIMEIRA VEZ

Fiquei confuso e não sabia o que fazer. Fiz do jeito que entendi, e acabou dando em merda. Em meados dos anos cinqüenta, as emissoras de rádio eram já mais modernas que as de trinta. O estúdio era composto por uma cabine de locução, que ficava hermeticamente fechado, onde o locutor fazia seus comentários e anúncios musicais. A mesa de som ficava logo a frente da janela de vidro para facilitar o controle, e leitura dos sinais que o locutor fazia para o técnico de som. O técnico de som era o indivíduo multifunção que tinha que estar com um olho no locutor, e outro nos pratos do toca disco, com as mãos prontas para acionar o vinil, - que poderia ser de sete, deis e doze polegadas - e jingles comerciais, e também com o ouvido atento aos telefonemas dos ouvintes pedindo músicas. A mesa de som era uma parafernália dos diabos com dois pratos para tocar os discos de vinil, jingles, e botões para fechar ou abrir o som da cabine do locutor, e outros dispositivos para alterar a rotação dos discos para trinta, quarenta ou setenta e oito rotações. Era uma academia de contorcionismo. Atrás da mesa de som, uma infinidade de discos de vinil, na vertical, separados por estilos de músicas, que obrigatoriamente tinha que ser memorizado pelo técnico de som. Os jingles ficavam empilhados a sua frente para facilitar o manuseio. Comparado aos dias de hoje era como se você entrasse, pela primeira vez, numa cabine de um jato, e tentasse decolá-lo. Ainda virgem, saído do seminário, tive que garimpar um emprego para receber proventos para meu sustento primário. A estação de rádio pertencia a um dos sócios de meu pai, e por conta disso, todo o processo de recrutamento, e seleção foi simplificado com a frase: Você está empregado, e vai apenas passar por um treinamento para assumir a mesa de som. Fiquei feliz, e imediatamente comecei o projeto de meus sonhos futuros. Não pretendia ser um Roquete Pinto, mas almejava sair na capa da revista do rádio. Sonhava em ser famoso. Hoje, quando entro em uma missão difícil e complicada, sempre me coloco superior e enfrento com galhardia o desafio proposto. Não tenho medo. Eu gosto, e me saio bem. Mas, naquele dia, quando entrei naquele estúdio, e vi admirado como o cara, feito um doido, resolvia magistralmente tudo, me perguntei imediatamente apavorado: - É no lugar dele que vou ficar? Tô fudido! Arrepiaram todos os pelos de meu saco, e um frio desconfortavelmente subiu do meu fundilho indo safado morar na minha nuca. - por Deus que não conseguirei! foi minha conclusão que direcionei desastrosamente para meu cérebro. Quando a gente pensa negativamente o universo inteiro conspira contra nós, e então a coisa não dá certo mesmo, e a gente se fode de verde e amarelo. E eu me fodi. Dois dias foi o tempo de meu treinamento. O maldito técnico de som, que era meu instrutor, trabalhava alucinado dando as mil e uma explicações do que estava fazendo, e dos cuidados que eu tinha que ter com isso e com aquilo, mas sem me colocar na atividade prática. Um procedimento complicado do caralho! Na teoria eu consegui captar perfeitamente a coisa, mas a maldita prática, sem a prática, foi me deixando cada vez mais apavorado. E foi assim que o filho de uma puta de meu instrutor, o dono absoluto do posto, no terceiro dia, talvez por um desarranjo intestinal, me colocou em sinuca enviando um bilhete qualquer, endereçado ao gerente da estação do radio, com a seguinte lacônica instrução. - Não poderei ir hoje, mas o processo de continuidade não será quebrado porque o Mário já sabe tudo! O filho de uma puta trabalhava há mais de dois anos nesta função, e o corno pensou que em dois dias eu fosse mágico capaz para absorver os dois anos de prática dele. Tremendo feito vara verde num vendaval, sentei na cadeira onde nunca havia sentado antes, e que jamais deveria ter sentado naquela situação. Olhei confuso,e tentei começar a tarefa, que para mim naquele momento era radical. Mas, antes tive que levantar de imediato por complicações de afrouxamento do tubo digestivo. Atrasei a abertura do programa por mais de dez minutos porque tive que trocar de cueca por duas vezes. O locutor colocou um fundo musical, e ficou me aguardando. Finalmente cheguei, sentei-me naquela cadeira, olhei agora de frente tudo aquilo, e fiz uma oração: - Que Deus me proteja e que o diabo esteja longe. Eu acho que Deus, zangado ainda, por eu ter abandonado o seminário recolheu todos os seus anjos do recinto. Não quis me ouvir, e por esta razão deixou o capeta tomar conta da situação. O capeta ficou feliz, e fez de tudo para ver o circo pegar fogo. Respirei fundo, fiquei confuso sem saber o que fazer. Consegui, com muito custo, meter o dedo num botão qualquer e colocar o som na cabine. O locutor iniciou então sua locução dando o sinal que pediria uma música. Busquei o vinil; por sorte minha, era música tocada a todo instante com Nelson Gonçalves. Com alivio, sabia onde se encontrava o maldito. Posicionei o vinil no prato com a agulha no ponto para iniciar a música. O locutor anunciou finalmente a canção que seria uma dedicação de uma fulana apaixonada para o seu homem. Ele deu o sinal, e eu fazendo o sinal da cruz, fechando os olhos, liguei o toca disco. Início do desastre! Esqueci de mudar a rotação de quarenta e quatro para setenta e oito. Nelson cantou rápido e fininho tal qual um castrado. Percebi o erro, e incontinente troquei a rotação. O erro permaneceu, não me ocorreu trocar a agulha. Afobado meti a mão no vinil, riscando e detonando o disco. No desastre meus dedos acabaram tocando o botão do liga e desliga, fazendo o som retornar para a cabine. O locutor, de olhos arregalados, não percebeu que agora ele estava ao vivo, e vendo enlouquecido tudo o que acontecia gritou, para mim e para os ouvintes: - Puta que pariu! Caralho! Que merda está acontecendo aqui? Na praça principal da cidade tinha um alto-falante que transmitia toda a programação da rádio. E, ouviu-se em uníssono, naquele momento, por toda a cidade um Ohhhhhh! que se prolongou em sinal de protesto perdendo-se no universo. Finalmente tive um momento de lucidez e sem querer acabei retirando a estação de rádio fora do ar. Imagine um cara exigente, meticuloso, que quer tudo em ordem e tudo nos conformes! Conseguiu agregar? Pois este era o gerente da estação de rádio. Imagine agora um cara fudido, transtornado, virado num dragão caolho, sem uma perna, com os grãos do saco espremidos, e soltando fogo pelas ventas! Imaginou? Pois este era o gerente da estação, travestido, que vi entrando no estúdio naquele momento. Ele fazia merchandising da rádio na cidade, e quando ouviu a catástrofe situação retornou incontinente, feito um louco, entrando alucinado no estúdio; Estupidamente desrespeitou-me como o filho do patrão, colocando-me sem cerimônias para fora da mesa de som para assumir minhas funções. Saí de fininho, e nunca mais voltei, nem mesmo para receber parte de meu salário. POR: MARIO DOS SANTOS LIMA

domingo, 8 de setembro de 2013

ORIGEM DO TROVÃO

Eu, quando guri, sempre brigava com as malditas nuvens que vomitavam chuva. Dizem que de louco e físico cada um tem um pouco, mas disso tudo eu fui lesado. Definitivamente não sou físico, mas vou explicar de como eu entendia, quando criança, aquele barulhão filho de uma puta que acontecia lá nas alturas do céu. Muito das coisas aprendi com minha mãe. O trovão já era tema de muitos estudo pelos antigos filósofos e, segundo pesquisa, foi Aristóteles, pai que era de muitos filhos, ao ser inquirido a origem do trovão, imediatamente, para se livrar da molecada, deu uma explicação plausível sobre a barulheira toda que acontece lá pelos altos.. Ele disse para seus filhos, e depois dizia para seu alunos, que o trovão é o som provocado pela trombada das nuvens umas contra as outras. Era bem engraçado, mas eu imaginava as nuvens como carros, soltos, desgovernados, de um lado para outro, lá nas alturas. Quando era guri pequeno entendia que as nuvens eram dirigidas pelos anjos e almas boas que moravam nela, mas pelo jeito traquinas, e com pouca experiência no trânsito, provocando assim as focinhadas das nuvens. Lendo Aristóteles fico imaginando, nestes choques violentos das nuvens, os anjos e almas caindo lá do alto. Talvez seja por isso que anjos e almas nascem novamente ou vem povoar as casas mal assombradas. Tenho uma vaga lembrança de uma aula de física que assisti, na qual o professor dizia que, o trovão é um evento, que acontece pela velocidade incrível do raio, que vai passando, e rasgando tudo pelo caminho criando um vácuo super aquecido que acaba explodindo. Depois desta aula, eu olhava para o céu nublado e via o raio, sendo montado por um imbecil qualquer - uma dessas almas que não tem o que fazer. O raio xucro, querendo derrubar a alma inoportuna, galopava feito um lazarento, como se tivesse pimenta no fundilho, peidando feito um doido. Corcoveia daqui, corcoveia dali! Corcoveava e ao passar corcoveando em alta velocidade, provocava uma confusão entre as nuvens, as quais ao se chocarem, derrubavam muitas almas e muitos anjos, em forma de chuva na terra. Os urros nas nuvens, na realidade eram os gritos de desespero das almas que tentavam se segurar para não caírem. Uma vez alguém me disse que o trovão é um gigantesco empurrão de ondas sonoras. Eu olhava para as nuvens, e via as almas mais saradonas surfando estas ondas, e com isto provocando o som do trovão. De todas estas figuras, entre Aristóteles, professor de física e outros, a minha mãe foi a que mais me convenceu com sua sábia teoria. - Meus filhos, dizia ela explicando a origem do trovão, é São Pedro lavando o céu e afastando os móveis. Imediatamente eu imaginava a nossa casa sendo lavada. E continuava ela na sua didática explanação: - A chuva é a água que São Pedro lava o céu. Quando a nossa casa era lavada, eu via debaixo do assoalhado a água vazando pelas frestas em forma de chuva. Era a prática na teoria. Eu sempre imaginava todos os santos e anjos empurrando, de um lado para outro, os imensos móveis lá no céu. Pelas frestas do assoalhado do céu eu via a água que corria em profusão. Quando trovoava, incontinente pensava: - Lá vem a turma fazer faxina! Ao ameaçar um temporal, minha mãe imediatamente nos punha por debaixo da mesa, e corria, medrosa, queimar alguns ramos verdes. Ela dizia para nós, justificando a mesa como proteção: - Quando estão lavando o céu é muito perigoso para nós as coisas que acabam caindo lá de cima! De fato, as chuvas de pedra me davam medo. Para minha mãe era apenas o medo do temporal destelhar a casa, e cacos de telha cair por cima de nossas cabeças. Ainda hoje, quando avisto alguma nuvem que passa sorrateira, rápida, ziguezagueando pelo céu, com saudade vejo minha mãe toda feliz brincando nela. POR: MARIO DOS SANTOS LIMA