MEUS CONTOS PERCORREM TODOS OS TEMPOS E MUITOS LUGARES. AQUI NÃO SOU ESCRAVO, SOU LIVRE, SOU #IRREVERENTE E "ESCRACHADO". MEUS CONTOS SÃO ORAÇÕES DO BOM VIVER.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2022
DESASTRE DA CADEIRA DE RODAS
Mario dos Santos Lima
A DANÇA DA CADEIRA DE RODAS
Segundo: Mario dos Santos Lima
Que confusão! Que espetáculo dandesco!
O desejo, muitas vezes perde-se na estravagância de um devaneio incontrolável que você tem.
O Silvestre, na festa de aniversário dele queria ver as estrelas. Implorava constantemente e a Neide, já quase se descontrolando falava:
- Não tem estrelas durtante o dia e, demais a mais o tempo está nublado.
- Eu quero ver estrelas! gritava o Silvestre sentado em sua cadeira de rodas.
Na realidade estrela foi um código que ele combinou, em segredo com o Jorge, para de forma não bulhenta pedir para ir ao banheiro.
O Jorge se acercou do local e disse para Neide: - deixa comigo, vou levá-lo para ver estrelas.
A Neide não entendou, achando que o Jorge estava amalucado, mas cedeu e deixou que ele o levasse.
Para ir ao local das estrelas, tem uma rampa de 45º, e esta rampa tem mais de 3 metros de comprimento.
O Jorge saiu, todo empolgado empurrando a cadeira de rodas com o risonho Silvestre.
A rampa seria a grande dificuldade para as estrelas.
O Jorge olhou demoradamente o obstáculo, calculou como iria fazer e iniciou a difícil tarefa rumo as estrelas.
Com dificuldade, feito um impoderado espirito amalucado, lá partiu o Jorge, rumo a rampa empurrando a cadeira.
O Silvestre impassível participava silencioso da aventura.
Pedras e poeira para todos os lados e finalmente tem inicio a grande e ingreme subida.
E logo mais...
O Jorge, trupicando na lingua, espumando pelas ventas aguentou até o meio da subida mas, de joelho, estatelado caiu feito uma jaca madura no chão. A cadeira, toda empolgada quis entrar na brincadeira e veio bufando para cima do Jorge.
Que confusão! Que espetáculo dandesco!
Lá estavam Jorge, cadeira e Silvestre embolados numa dança sinistra. O povo aos gritos correndo para acudir..
Silvestre meteu a cabeça no chão, de pernas pro ar, vendo milhões de estrelas gritava:
- Não são estas as estrelas que quero.
Assinar:
Postagens (Atom)