segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

MALDITAS PULGAS

Cinema que se preze e por mais chique que possa se apresentar tem que ter umas pulguinhas para nos perturbar. É claro que estas pulgas devem passar pela fila da saúde pública para ter o carimbo de liberação. Não pode simplesmente adentrar ou invadir a casa de espetáculo como umas doidonas desvairadas sem responsabilidade. Elas têm que possuir a licença, e fim de papo.
As pulgas, as mais antigas habitantes do recinto de um modo geral seguem um procedimento rigoroso fazendo reuniões, e se preciso for, assembléias para aprovar ou reprovar a entrada da nova incorporada no grupo das chupa-chupa. Normalmente a caloura passa por um curso fodido de especialização e recebe até diploma ao finalizar com êxito o curso. Neste curso elas vão aprender a se instalar nas vítimas normalmente atacando pelas pernas e aos poucos invadindo áreas mais perigosas, mas com certeza muito mais aquecidas. Vão aprender a distinguir casais de namorados que vão apenas para se bolinar mutuamente ou casais que vão chegar às vias de fato e pessoas que automaticamente, movidos por um ato de caridade vão lá para simplesmente alimentar as calungas.
Muitas das pulgas fazem também cursos de pós doutorado para aprender como se conduzir ao escolher a vítima e permanecer no recinto ou então acompanhar a vítima até a sua casa.
Estas pulgas vips se arrumam, se enfeitam toda, e praticam um cerimonial todo especial, muito lindo por sinal, para abordar cada paciente. Pedem licença, e invadem uma por vez até um total de três no máximo por cliente. Elas são organizadas em sindicatos e devem coletar uma quantidade x de sangue por seção. Existe uma equipe de pulgas médicas que conferem no retorno a quantidade de sangue coletado. Você como paciente quase nem percebe, pois elas usam até pomada anestésica na operação.
Com esta classe de pulgas dá até gosto freqüentar um cinema, levando a namorada ou mesmo indo sozinho, pois foram treinadas para ao sugar o sangue comedidamente proporcionar inevitável prazer do coça-coça. Sair do local se coçando sutilmente é muito chique aos olhos dos outros.
Ah! Se todos os cinemas fossem assim. Isto é utopia eu sei.
O cinema de que vou descrever agora era pra lá de ordinário e com a cota de pulgas além das permitidas pela saúde pública. As malditas pulgas que ali viviam eram porcas, prostituídas, levianas, sem caráter e sem o devido carimbo institucional. Não tinham sindicato e completamente desorganizadas e famintas. Às vezes invadiam a tela tentando atacar os personagens do filme. Certa feita por não ter aonde ir fui assistir a um filme ordinário neste ordinário cinema e lá pelas tantas, de tão ruim que era a projeção acabei dormindo e quando me dei conta acordei deitado no meio do corredor arrastado que fora por estas criaturas nojentas. Tive que ser atendido imediatamente pelo pronto socorro para uma transfusão de sangue, pois o meu ficou todo no beiço destas imundas pulgas habitantes desta pocilga chamada cinema.
Achei um abuso dos donos do estabelecimento por estarem permitindo que este tipo de pulha estivesse se beneficiando de pessoas menos avisadas e desprotegidas. Deveriam ostentar na porta de entrada uma placa, por exemplo, com a frase: - ¨Você está adentrando área perigosa invadida pelas sem sangue¨.
Saí do pronto socorro puteado com os donos do cinema e com as malditas pulgas e fui ao jornal escrever uma crônica onde além de relatar com requintes de detalhes o ocorrido acabei oferecendo uma polpuda recompensa àquele que conseguisse trazer da espelunca pulguenta uma pulga carimbada. Os donos afiançavam, de pés juntos que todas as pulgas do seu maldito cinema eram legítimas de pura raça e com o devido carimbo da saúde pública..
Quando a edição saiu o povo motivado pelo prêmio que oferecia invadiu enlouquecida de madrugada o cinema arrombando a porta de entrada e abrindo buracos nas laterais do cinema. Aquela madrugada ficou marcada pelo tumulto e pela grande tragédia. As pulgas entusiasmadas de início imaginando uma seção extra entraram em pânico quando perceberam a verdadeira intenção daquele povo insano. Aquela multidão desvairada de joelhos pelo salão, com vidros na mão começou a grande caçada. Muitas pulgas pisoteadas, esmagadas. Pulgas grávidas. Pulgas amamentando seus filhos pequenos no colo. Milhares presas em vidros transparentes. O cinema virou um caos. Cadeiras quebradas, carpete arrancado e milhares de cadáveres pulguinos pelo chão.
Embora estas pulgas não pertencessem à plêiade não precisariam ser executadas suasticamente.
O povo embrutecido ávida pelo resultado deixou o cinema se dirigindo ao clube da cidade para, perante um corpo de jurado, achar a pulga ou as pulgas carimbadas. A madrugada avançou rápida deixando que o sol invadisse e afugentasse a escuridão. No final, a última pulga conferida. O ambiente envolveu-se numa lamentação geral por não ter sido encontrada sequer a tão esperada maldita pulga carimbada. O juiz da cidade, junto com o delegado, que fazia parte do corpo de jurado, aproveitou a oportunidade, e as provas apresentadas, para lavrar pesada multa aos donos do cinema.
Os proprietários da espelunca cinematográfica furiosos com o quebra-quebra do cinema, morte das pulgas e a pesada multa recebida partiram para a ignorância. Passava eu despreocupadamente pela frente do que sobrou do cinema e eis que do meio dos escombros e da putrefação tamanha surgem três vultos medonhos e raivosos: - um maneta, outro raquítico e outro gago partindo para cima de mim aos socos, muletadas e pontapés. Ainda pusilânime que estava, teria sucumbido à morte não fosse os berros violentos protagonizado pelo meu amigo Rui, que morava ao lado, colocando para correr aqueles marginais filhos de uma puta.

por: Mario dos Santos Lima

PÉTALAS DE AMOR

Para você mando meus versos de amor,
pétalas de inefável sentimento meu
que brota do íntimo e vem como a flor
receber do orvalho os beijos que choveu.

São pétalas que não murcham jamais,
pétalas que reúne todos os meus ais...
Pétalas tão lindas; pétalas tantas que
componho feliz somente a você.

E no dia em que puder livremente
sem pejo e sem medo amá-la contente
dizendo baixinho: “Você é meu bem”,

Não só terá as pétalas desta flor
como aquele que as compôs também,
contemplando-a em êxtase de amor

por: Mario dos Santos Lima

TUDO PASSOU

Minha vida efêmera vai passando
como tudo qu’eu gostei passou um dia;
Os carinhos tantos da donzela quando
lado a lado vendo a tarde que morria;

Seu doce estreitar juntinho ao meu peito,
minha mão tocando a sua tão formosa,
e depois aquele beijo que eu sem jeito
roubava de seus lábios cor de rosa.

Os versos tão lindos de amor qu’eu fazia
hoje triste são frios, não dizem nada,
eles dizem que, e a idéia é tão fria,
meu bem tomou outro rumo, outra estrada...

Vi triste nas páginas rotas do tempo
que tudo o que tinha sumiu lentamente,
apenas castelos que faz o pensamento
e que são ruídos indiferentemente.

Tudo passou para mim... e a saudade apenas,
migalhas das migalhas que guardei,
ficou, como um pouca das centenas
dos lindos sonhos dos tantos que eu sonhei.

por: Mario dos Santos Lima

domingo, 29 de janeiro de 2012

MEU LIVRO DE CRÔNICAS

MEU LIVRO DE CRÔNICAS JÁ ESTÁ DISPONÍVEL NA LIVRARIA ON LINE http://loja.livrariadapaco.com.br/catalogsearch/result/?q=cronicas+ao+sabor+do+tempo&x=20&y=13

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sábado, 28 de janeiro de 2012

INOCÊNCIA

Pobrezinha sem nada, suja, pela rua,
no afã de que chegasse a noite para ter
no aconchego do escuro o sorriso da lua
e do sopro do vento cantos de ninar.

Parou numa Igrejinha na beira da estrada,
de mãos postas em sinal de oração, ajoelhada,
na inocência de um anjo cheia de esperança,
Pediu: - “Hoje, Senhor, é o dia das crianças;

sendo criança este é meu dia também;
Quero como presente uma cama quentinha
e as histórias bonitas de minha mãezinha”.

E a noite caiu... E ela sozinha sem ninguém,
na calçada dormia feliz pôr achar
Que de sua mãe ouvia tão doce cantar.

por: Mario dos Santos Lima

SE UM DIA

Um dia talvez quando cansada e remida
volveres no mesmo caminho que hoje tu partes
esmolando um abrigo, na esperança de um aparte,
uma luz no caos em que me deixaste a vida.

Talvez, um dia quando por este caminho
que nos viu tantas vezes em juras de amor,
volveres, buscando consolo meu, e carinho
no abraço sincero, quente e cheio de calor...

Se um dia rever quiseres quem deixas então
na infinda tristeza, numa angustiante dor...
Talvez só pra ter um pouquinho de afeição.

Se talvez assim vires tão cheia de ardor,
acharás apenas por aqui um coração
cansado de esperar, de um pobre sonhador.

por: Mario dos Santos Lima

sábado, 21 de janeiro de 2012

saudade

Tenho saudade... saudade tenho
De minha infância, vida feliz

Da vida livre; correr nos campos,
Nos belos prados; nas cercanias;
Atrás de ninhos; de borboletas;
Eu, buliçoso, sempre queria...

Tenho saudade do grupo amado,
Daquela casa que me ensinou
Como se vence nas horas duras,
Na senda ingrata da desventura...

Tenho saudade daquela mina
Onde contente brincava n’água;
Chorando às vezes, em triste pranto,
Falava quedo de minhas mágoas.

Tenho saudades das tardes belas,
Daquelas tardes lindas, fagueiras;
Sol descambando... tudo alegria,
Vento soprando... morrendo o dia.

Tenho saudade das brincadeiras,
Do corre-corre; da cobra-cega;
Da cirandinha... do vira-mundo;
Do bate-roupa...do pega-pega...

Tenho saudade... saudade tenho,
De minha infância... vida feliz!

por: Mario dos Santos Lima

esta foi a primeira poesia que me atrevi a escrever.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

AME

Ame... num torvelinho louco como se ele fosse
sempre seu único amor. Deixe seu coração
tão puro de menina, no descompasso doce
que a adrenalina traz, no aflorar d’uma paixão.

Feche seus lindos olhos... mergulhe suavemente
no sonho que você aos poucos vai tecendo,
e beba da bebida que produz sua mente
tornando realidade o sonho que está tendo...

Ame mesmo, com a força do silêncio que acalma
o mais arrebatado ser na mansidão em paz...
Ame sem preconceito... ame com toda s’a alma...

E quando o sonho se desvanecer fugaz
lhe deixar triste, enfim... no seu âmago desça,
se embriague, chore, grite... e depois esqueça.

Fiz em 97 para minha filha Izabela no acalento de seus lindos sonhos.
por: Mario dos Santos Lima

sábado, 14 de janeiro de 2012

A FALSA VIRGEM

A liberação dos comportamentos sexuais permitida pelo uso de contraceptivos químicos ou mecânicos, e a emancipação social das mulheres alterou profundamente a visão da virgindade nas sociedades contemporâneas. Ao mesmo tempo em que o contraceptivo permitiu separar o ato sexual do ato de procriar, a virgindade perdeu o seu papel de garantir a filiação do casal. Estas mudanças fizeram com que o papel da virgindade perdesse o atributo de caráter sagrado, e hoje, não tanto pela expansão de movimentos religiosos mais conservadores, e sim, muito mais pelo medo das doenças sexualmente transmissíveis tem levado a uma renascença da virgindade como um ideal positivo e desejável para alguns. Medo apenas, eu acredito.
A virgindade hoje para a mulher é uma questão de opção. Com relação ao sexo ela está plenamente preparada.
Tudo é uma questão de ponto de vista de uma cultura, de uma época ou de recalques.
Na nossa cultura, aqui nesse Brasil grande, no milênio passado perto da metade do último século a coisa era bem diferente de como é hoje. Para o homem a mulher só tinha valor se fosse virgem, e isto era pregado pela igreja, respeitado pela sociedade, e cultivado no seio da família. Sociedade machista.
Santo hímen!
O namoro era controlado e severamente vigiado pelos pais. Pegar na mão e dar uns beijinhos só depois de noivos. O sexo era uma palavra proibida entre eles.
Se a moça ficasse grávida era o fim do mundo, ela era expulsa de casa e forte candidata ao prostíbulo. Ela era considerada uma leviana, uma putinha se experimentasse as delícias do ato sexual antes do casamento.
Ao homem tudo era permitido. Ele tinha as primeiras lições de sexo na escola de prostituição, lá na zona, ao derredor da cidade com as putas rameiras professoras ensinando-lhe, e colocando em prática tudo o que elas sabiam. Muitas vezes, a primeira vez eles eram acompanhados de seus orgulhosos pais a este prostíbulo. E as mulheres? Ah! Elas apenas se embebiam das informações truncadas de alguma amiga mais vivida que tinha informações de livros, ou conseguiam isto de casadas indecentes revelando suas tristes vidas íntimas. Para a mulher o sexo era uma coisa feia, terrível e inevitável. Seu corpo em formação sensualmente pedia, mas sua cabeça com informações destorcidas rejeitava.
A primeira noite para a mulher casada era a noite do terror, e se tornava pior ainda quando o cavalo do marido tinha sido um péssimo aluno na escola de prostituição.
Foi neste período que presenciei uma cena de casamento dantesca.
O matrimônio envolvia duas famílias geograficamente distantes. A família do noivo trabalhava na fazenda no estado do Mato Grosso e a família da noiva trabalhava na fazenda no estado de São Paulo. As fazendas tinham um laço íntimo de parentesco, pois pertenciam ao mesmo dono.
O rapaz era capataz do fazendeiro e acompanhava-o muitas vezes por todas as fazendas. Nestas idas e vindas conheceu a bela morena da outra fazenda. A cabocla tinha os olhos negros, cabelos lisos e longos, e um corpo lindo escultural convidando para o pecado. Apaixonaram-se perdidamente e trataram de marcar o casamento. Poucas foram às vezes que se encontraram.
A cerimônia foi realizada na casa da noiva.
A festa rolava solta com os convivas se deliciando com a comilança de mesa farta. Lá num canto alguém riscava uma viola numa cantilena cabocla qualquer. Tentando sorrateiramente escapar, os noivos se recolheram ao aposento nupcial que ficava ali próximo. Todos perceberam e se agitaram. Com certeza o assunto agora era apenas um. O povo todo, num burburinho danado fazia as fofocas. Vi muitas mulheres suspirando e se entreolhando coniventes, debochadas, e outras tantas com risinhos safados fazendo gracinhas, se cutucando, talvez tentando imaginar a pornografia que rolava lá dentro.
Esta cena não perdurou mais que trinta minutos.
De repente, lá dos aposentos íntimos fez-se ouvir gritos disformes. Gritos horríveis, sufocados.
- Será que é ela que grita de dor no ato da deflora, ou é ele que urra cavalarmente por não conseguir penetrar em tão virgem vulva? Eu acho que no início era este o pensamento geral da multidão incontida do lado de fora.
Todos esperavam ansiosos.
Fez-se silêncio sepulcral. A viola parou de chorar, e o povo todo aguardava o desfecho final desta luta sangrenta.
De repente a porta da intimidade se abre e sai o noivo escabelado, gritando:
- Ela não é virgem!
No início o povo quis aplaudir, mas em silêncio se conteve estranhando este anuncio. Na época não era de bom tom e de costume revelar a intimidade do casal. Muito bem que ele tenha conseguido o defloramento, mas não precisava anunciar assim bombasticamente a todos os ventos.
Mas o noivo, de pau murcho, calça mal abotoada, camisa solta no dorso e descalço gritou a todo pulmão.
- Esta vagabunda não é virgem! Ela me enganou! É uma puta vadia!
Dizendo isto, rasgou passagem por entre o público que de boca aberta assistia tudo, e foi direto a um suposto advogado dizendo:
- Vamos acordar o padre e o tabelião para cancelar este maldito casamento.
E desapareceram na escuridão da estrada.
O povo, punidamente olhando os pais da noiva, saiu de fininho e eu pensei cá com meus botões:
- Puta que o pariu, como é que a falta de uma pequena membrana na vulva pode transformar de repente a paixão incontida num ódio infernal?
Eu acho que naquela época a cabocla foi expulsa de casa, e sem saída transformou-se numa professora rameira num puteiro qualquer.

por: Mario dos Santos Lima

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

VOCÊ

Você tem dos pássaros a leveza das plumas,
no andar macio, quando se aproxima de mim...
Me embebeda de paixão teu corpo que perfuma
fragrância que lembra mil flores num jardim...

Você mostra das flores a beleza presente
na manhã de sereno neste rosto bonito...
Você é toda paz que inexplicavelmente
me coloca por dentro num eterno conflito...

Você tem no sorriso o mágico poder
do alivio... muito amor e nem sei mais o que,
me pondo apaixonado bem doido por você...

Seu jeito de olhar às vezes tão distante,
Outras vezes parado ou de um olhar tão brilhante
na procura dos meus eu gosto de ver

por: Mario dos Santos Lima

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

TEUS SEIOS

Por baixo da blusa que eu teimosamente ergui,
num louco desejo meu, de repente teus seios
surgem, e delicadamente nas minhas mãos eu senti
tão belos, tentando então livrar-se por todos meios...

vi, no teu lânguido olhar, um brilho diferente...
entreabertos de prazer, os teus lábios gemiam,
e teu corpo se entregando... trêmulo, de repente
só porque em minhas mãos teus seios se escondiam...

então, despido em meu peito aninhei os teus seios
e você, timidamente pedia que eu soltasse
enquanto teu corpo todo tremia em devaneios...

pedi assim nesse enlevo que o tempo não parasse
mas, foi em vão... só me resta agora, suavemente eu sei
nas minhas mãos, dos teus seios, o perfume que roubei...

por: Mario dos Santos Lima
a você que tem este meu soneto, perdoa-me a publicação.
Fique tranquila que não revelarei o seu nome.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

MANHOSA

Entre mil flores ela surgiu como num sonho,
Encantado eu vi... me embebi desta visão...
Ela sorriu pra mim, e assim, todo bisonho,
Sem jeito eu cheguei, e acariciei sua mão...

Ela se opõe, se afasta e se agita e por fim
Com a blusa entreaberta, quase chegando ao solo
Curva-se provocante e sensual pra mim
Mui disfarçadamente pondo sua mão ao colo...

Suplicante ela olha com seu lânguido olhar
Pedindo pra que eu veja, mas com medo de mostrar...
Seu rosto em fogo ao meu indiscreto olhar

Faz ferver em paixão seu corpo, e...num gemido
Pede que eu vá, mas seu olhar tão atrevido
Discretamente pede em súplica para ficar

por: Mario dos Santos Lima
Este é o jeito sensual e atrevido que amo nas mulheres

SER MÉDICO

É, no despertar da aurora da vida quando tudo ainda é folguedo
Na vocação incontida, olhar esta meta e sem medo
Se debruçar em mil livros para pesquisar e estudar
A ciência que os males dos homens vem dar alívio ou curar...

É ser sempre uma criança simples, amável e sincera
Quando no trato dos outros... é ser gente... se compadecer
Com o sofrimento e agonia do ser que na vida só espera
Uma mão amiga... forte... na hora extrema de falecer...

É ver, por entre suas mãos fugir a vida, tranqüilo, porém
Estar pelo dever cumprido... é ouvir...ser apoio sempre amigo
E jamais ser mercenário... bem receber o rico e o mendigo...

É não desistir até o derradeiro suspiro de alguém;
É tentar até o impossível... é chorar, abraçar... é ser gente...
É suplantar os defeitos... ser anjo de amor sempre presente.

por: Mario dos Santos Lima
para meu afilhado e sobrinho Eduardo, médico.

domingo, 8 de janeiro de 2012

VOCÊ

Você tem dos pássaros a leveza das plumas
No andar macio quando se aproxima de mim...
Me embebeda de paixão teu corpo que perfuma
Fragrância que lembra mil flores num jardim...

Você mostra das flores a beleza presente
Na manhã de sereno neste rosto bonito...
Você é toda paz que inexplicavelmente
Me coloca por dentro num eterno conflito...

Você tem no sorriso o mágico poder
De alivio... muito amor e nem sei mais o que
Me pondo apaixonado bem doido por você...

Seu jeito de olhar às vezes tão distante,
Outras vezes parado ou de um olhar tão brilhante
Na procura dos meus eu gosto de ver

por: mario dos santos lima